terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Yellow


 Uma de Vinte
 (Um devaneio sobre dançar conforme a música)

 O céu da madrugada sempre foi o mais lindo de todos, o frio na espinha sempre foi a sensação mais realista e inevitável de todas.
 Eu ainda ando pela via mais escura de braços dados com os anjos mais sarcásticos, pornográficos e viciados que entram e saem das clínicas, dos presídios, dos bordéis, dos bares e dos pronto-atendimentos.

[Continua dançando]

 Os sinais vitais estavam escandalosos: tremia, se debatia, vomitava, delirava. Com o pulso extremamente acelerado e a respiração sem ritmo tudo indicava que o desespero não ia durar muito tempo, mas o momento em que ele abriu os olhos me deu muita vontade de chorar mesmo tendo os sentimentos cada vez mais neutros.
 - É desgaste físico
 - Espera lá fora
 - Eu vou ficar
 - Então segura que eu vou achar a veia.