Será que eu existo?
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Será que eu existo?
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Será que eu existo?
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Silêncio, apenas nos remete a lembrança de existência, a dúvida sem controle é impiedosa, o som do batimento cardíaco nos traz a recordação da vida. Será que esse bater realmente acontece, será que esse bater define meu estado, será que a vida é tão importante assim para voltar minha atenção aos batimentos que nada dizem, mas que procuram representar meu desespero pela vida, meu desespero sem sentido, meu desespero irracional. Vivemos sem nunca entender, vivemos para saber, para experimentar, para conectar, para cada vez mais conhecer o que não se necessita conhecer. Vivemos pois simplesmente existimos, até que a existência não seja mais um apelo ou tenha necessidade, até que a existência deixe de ser algo especial e passe a ser apenas uma representação do mesmo abstraído de forma diferente...a partir daqui que realmente procuramos viver, sabemos que a morte virá, sabemos que ela é inevitável, a mesma escuridão que vemos todos os dias, a mesma que não nos permite ver claramente, que nos leva ao nada e mesmo assim não nos deixa ir, o vislumbre da morte e o renascer. Será que existo? Talvez não, quem sabe? Não importa, você está aqui, tudo que podemos fazer é insignificante ou indiferente perante ao todo, mas quem sabe para o próximo, que como você apenas pode vislumbrar seu próprio mundo, tão próprio do ser que foi refinado por todos gerando algo único e exclusivo que ainda pode ser de certa forma mesclado. Vivemos para fazer a diferença não só para nós mesmos mas para os outros também, que enfrentam o mesmo questionamento e que veem um mundo que nunca verei, que sentem um mundo que nunca sentirei. Existo para observar as outras formas e vivo para compreendê-las.