Esperou a mãe sair de casa, escondido na esquina. Assim que a viu sair, deu a volta no quarteirão correndo, e entrou por um terreno baldio, que ia dar nos fundos da sua casa. Passou por uma abertura no muro, que apenas ele sabia que existia por detrás de uma caixa d’água velha, por onde já tinha passado tantas vezes fugindo das surras da mãe, e se esgueirou pelo quintal. Viu as irmãs brincando na porta da cozinha, mas elas não o perceberam, afinal, havia tanto lixo por ali, que se ele se mantivesse abaixado, poderia ficar espiando o dia inteiro. Mas não era isso o que queria fazer.
Quando chegou bem perto delas, se levantou e sorriu. As meninas levaram um susto, e correram para dentro da casa, a maior tentado fechar a porta, mas o garoto era maior e mais rápido. Agarrou fácil aquela que ficou para trás. A outra menor se escondeu por trás de caixas e fantasias, que a mãe costurava para o carnaval, ganhando algum dinheiro a mais. Ficou quieta apenas ouvindo os gritos da mais velha, pedindo para o garoto larga-la. Chegou mais perto da porta, e deu um pulo para tentar abri-la, mas como sempre, a mãe havia trancado por fora. Desistiu de tentar alguma janela, pois a mãe fechava todas, menos as que davam para o quintal. Infelizmente, a garota não conhecia a passagem pelo muro.
A mais velha se debatia nos braços do irmão, e como para doze anos ele fosse bem forte, sua magreza de garota de dez não deixou que ela escapasse. Tentou gritar, mas ele conseguiu acertar-lhe um soco na boca. Pensou bem, e achou que se ficasse quietinha, talvez ele a deixasse em paz, achando-a monótona, e foi isso que fez. Deixou-se levar até o quarto sem nenhuma dificuldade. Mas não esperava que o garoto fizesse o que fez. Ele pegou um rolo de fita, e começou a prender-lhe os braços às costas. De repente ela recomeçou a se debater, mas aí já era tarde. Sem muito esforço ele prendeu os braços, e depois derrubou-a para prender as pernas. Quando concluiu seu serviço, pegou um chumaço de um pano qualquer, e colocou dentro da boca da garota. Virou-se e saiu do quarto, deixando-a só e apavorada.
A mais nova continuou na sala, e só tarde demais percebeu que deveria ter ido até o quintal, para tentar fugir, ou gritar. De dentro da casa, ninguém ouviria. O garoto entrou na sala e falou:
- Eu sei que você está aqui. Se eu peguei ela, acha que não faço o mesmo com você? Eu estou ouvindo até você respirar.
A garota tremeu de medo. Olhou mais uma vez para a porta, que seria a sua salvação, mas a mãe a mantinha sempre trancada, por causa do garoto mesmo. Ele não era igual a nenhuma outra criança comum. Não brincava na rua como os outros garotos, e todos tinham medo dele. Já haviam saído de outro bairro, por causa dele, pois os moradores não queriam por perto uma criança que fazia as coisas que ele tinha feito. A mãe o defendera, dizendo que não, afinal, era só uma criança, não é mesmo? E crianças não fazem este tipo de coisa, mas no fundo ela sabia que tinha sido ele, e só por que o havia parido, é que não deixou que o levassem. Dentro de casa ela tinha todo o cuidado do mundo com as filhas mais novas. Elas nunca ficavam a sós com ele, durante a manhã iam para a escola, para onde a mãe as levava, e deixava na mão da professora, e de tarde, quando tinha que sair para trabalhar, trancava tudo, menos a porta para o quintal, pois afinal não era justo que não vissem nem a luz do sol, não é? Elas não tinham culpa do irmão ser daquele jeito, e aquela era a hora em que o garoto ia para a escola. Não devia ter nenhum problema.
Não devia, mas naquele dia teve. O garoto foi para a aula, mas voltou no meio do caminho. Vigiou, e entrou na casa como um ladrão, escondido. Não entendia por que a mãe fazia aquilo. Ele era o mais velho, e não devia ser afastado das irmãs, mas sim ficar junto, protegê-las, poder toca-las. Ele as adorava, e apesar de ter apenas dois anos de diferença entre ele e a mais velha, lembrava-se como nunca do dia em que ela viera. Naquela época a mãe o deixava sozinho com a irmã. Depois de algum tempo, a mãe começou a desconfiar dele, e quando a outra garota nasceu, e então ele já tinha quatro anos, a mãe mal o deixava vê-las. Só que naquele dia, as coisas iriam mudar. Ele queria as irmãs, e as teria, por bem, ou por mal.
- Não faz assim não. Eu gosto tanto de você... Vem aqui, e eu prometo que não faço nada. Eu só quero ficar perto de vocês.
A garota estremeceu mais uma vez, e medindo o espaço por onde poderia passar entre o irmão e a parede, tentou correr, mas não chegou nem até ele, pois ele pulou e a pegou no meio do caminho, caindo sobre elas, os dois rolando entre as caixas de enfeites e fantasias. Por um momento a garota saiu na vantagem, quando conseguiu chutá-lo, mas quando quase conseguiu levantar-se, ele a agarrou pelo calcanhar e ela desabou no chão de novo. A força dele a venceu pelo cansaço em pouco tempo. Saiu arrastando-a também para o quarto, e lá
chegando, deram com a cara apavorada da outra. Ele fez o mesmo com a pequena, e a deixou na cama, ao lado da mais velha.
Foi para o banheiro, tirou toda a roupa, e se enfiou no chuveiro. Se esfregou até se sentir ardendo, e quando achou que devia estar bem limpo, saiu e se enxugou. Olhou para o espelho que o deixava se ver de corpo inteiro. Ele era bonito. Muito bonito mesmo, e aquilo de cara fazia com que as pessoas gostassem dele. Antes de o conhecerem melhor, é claro. Não parecia ter apenas doze anos. Passava por uns quatorze, o que era motivo de orgulho para ele. Tinha até uma aparência responsável, e foi isso o que fez com que a mãe do garotinho o deixasse leva-lo. Foi também sua aparência responsável que o havia livrado, quando acharam o garoto em um matagal qualquer. Ele não era mal, e adorava crianças. Não entendeu o que fez com as pessoas ficassem tão furiosas com ele, e as atitudes da mãe... escondia suas irmãs dele. Desde que seu pai havia morrido, alguns anos antes, ele era o homem da casa, mas por mais que tentasse convencê-la, sabia que ela não confiava nele. Estava sempre temendo, espreitando.
Se enrolou na toalha, e voltou para o quarto. Pegou a mais velha, e levou para o banheiro. Prometeu que se ela ficasse quieta, ele tiraria o pano de sua boca, e a garota, não vendo outra alternativa, aceitou. Largou-a debaixo do chuveiro, e pegou uma tesoura dentro do armário. A garota estremeceu quando a viu, mas o garoto apenas cortou suas roupas, para poder dar-lhe banho sem a desamarrar. Fez com ela como havia feito consigo, e logo a garota estava avermelhada, de tanto ser esfregada. Na hora de lavar-lhe as partes íntimas, foi mais delicado, mas mesmo assim não deixou de machucá-la. Deu por encerrado o serviço, e levou-a de volta ao quarto, pegando a mais nova, para repetir toda a operação. Terminado tudo, foi para a cozinha, e comeu alguma coisa que estava por lá. Chegou a oferecer para as meninas, mas elas não aceitaram, então comeu sozinho enquanto via televisão.
Terminou, escovou os dentes, e foi para o quarto, ainda de toalha. Olhou para as garotas por algum tempo, e então resolveu começar com a mais velha. Ainda era cedo, e ele não precisava se preocupar com o horário. Subiu na cama, e colocou de volta os panos nas bocas das duas, pois nessa hora, as crianças sempre começavam a gritar. Foi até o seu quarto e pegou um saco de pano que escondia atrás do armário. Abriu-o na frente das duas, e os olhos das garotas se arregalaram. Se ajoelhou por cima da mais velha, e começou o “serviço”. Primeiro com a lâmina, depois com o alicate. Mesmo com os panos na boca, elas faziam tanto barulho, que achou melhor ligar a televisão de novo, e fez isso, para abafar o barulho. Quando voltou, a cama já estava ensopada de sangue, e a mais nova tinha rolado da cama e desabado no chão. Ele a pegou, e a sentou na poltrona do lado da cama. A mais velha se debatia, mas por mais que tentasse, não conseguia se soltar. E cada vez que ele recomeçava, a cabeça da garota dava voltas, como se fosse desmaiar, mas aquilo nunca acontecia. O garoto deu-lhe uma mordida, que a fez chorar ainda mais de tanta dor, e ela sentiu que poderia engasgar a qualquer momento por causa do pano na boca. Quando ele levantou a cabeça, ela viu um pedaço de sua própria coxa em sua boca, e finalmente desmaiou. O garoto continuou com ela por mais uma hora, e dado por terminado, olhou para a menor.
Essa já havia desmaiado a algum tempo, e ele se viu sem saber como acorda-la, pois iria sujar tudo de sangue até o banheiro para poder pegar água, mas como mais cedo ou mais tarde ele teria que fazer isso mesmo, levantou-se e foi.
Quando a garota sentiu a água no rosto, e acordou, já estava na cama, e no mesmo momento em que abriu os olhos, tentou gritar, mas o pano não deixou. Olhou para o lado, e viu o que sabia ser a irmã, mas não chegou a reconhecê-la. O irmão ficou em pé ao seu lado, e esperou até que ela o olhasse, para começar. Com ela, por ser a mais nova, foi mais delicado no começo, mas não demorou muito para ficar extasiado, e com isso, mais bruto. Ela não aguentou a primeira meia hora, e estão desacordou de vez. Morreu muito mais rápido do que a primeira.
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O menino parou ofegante, e se deitou entre as duas, com cuidado para não sujar os cabelos de sangue, para depois ter que lavá-los de novo, chegando em casa com os cabelos molhados. Depois de alguns minutos, foi até o banheiro, e se limpou. Pegou as roupas das garotas, e foi limpando o percurso de volta até o quarto. Deixou tudo limpo, com exceção da cama, que não havia como ser limpa. Na sala, arrumou as caixas que ele e a mais nova haviam derrubado. Deixou tudo como sempre, e vestiu o uniforme da escola. No quintal, olhou para trás para ver se não havia esquecido nada. Passou pelo muro, e ganhou a rua.
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A mãe e o garoto chegaram em casa ao mesmo tempo. Andaram juntos, e nos últimos metros, a mãe colocou a mão no ombro do garoto, pensando que talvez as coisas estivessem se ajeitando. Ele tinha sido um verdadeiro anjo nos últimos anos. Talvez tudo aquilo tivesse passado, e agora eles finalmente fossem viver em paz.